17/08 – No dia 25 de outubro, o político israelense Moshe Feiglin declarou à Arutz Sheva-Israel National News que “os muçulmanos não têm mais medo de nós”. Essa afirmação destaca um aspecto perturbador da estratégia israelense em relação aos palestinos, onde o medo é usado como uma ferramenta central para atingir objetivos políticos e militares.
O Medo como Ferramenta de Controle
Historicamente, Israel recorreu ao medo como uma tática para expulsar palestinos de suas terras e manter o controle sobre os territórios ocupados. Massacres como os de Deir Yassin e Tantara durante a Nakba palestina são exemplos claros de como a violência foi usada para esse fim. A tortura, o estupro e outras formas de violência sexual também foram empregadas em diferentes períodos para extrair informações e quebrar a resistência dos prisioneiros palestinos.
Um relatório publicado em 5 de agosto por especialistas da ONU descreve essas práticas como punições para a resistência palestina, visando destruir o povo palestino individual e coletivamente. O grupo israelense de direitos humanos B’tselem, em seu relatório “Bem-vindo ao Inferno”, revela que as instalações de detenção israelenses operam como campos de tortura, aplicando dor e sofrimento severos aos prisioneiros.
A Tortura como Estratégia Centralizada
Em um contexto de violência e tortura sistemática, o grupo palestino Addameer também publicou um relatório detalhando abusos e torturas contra detidos de Gaza. A presença generalizada e a localização desses abusos indicam que a tortura não é restrita a unidades específicas das forças armadas israelenses, mas sim uma prática centralizada.
A política do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, que inclui declarações agressivas e práticas de fome para prisioneiros, reflete uma continuidade de táticas que precedem sua atuação. Essas práticas, longe de serem inovações, são uma extensão de políticas que foram aplicadas contra prisioneiros palestinos ao longo das décadas, muitas vezes em violação da Quarta Convenção de Genebra.
O Objetivo da Intimidação
Israel utiliza a violência e a tortura para alcançar dois objetivos principais: material e psicológico. O genocídio contínuo, a destruição em Gaza e a morte de milhares de palestinos são o aspecto material. O fator psicológico busca quebrar a vontade do povo palestino, desumanizando-os e justificando a violência em larga escala.
O grupo de defesa legal Law for Palestine documentou mais de 500 instâncias de incitação ao genocídio por líderes israelenses, como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Declarações desumanizadoras e referências bíblicas ameaçadoras, como a de Netanyahu, têm servido para justificar ações brutais contra palestinos.
A Escalada da Violência e a Resiliência Palestina
A guerra em Gaza tem sido uma das mais destrutivas e sangrentas já vistas, mas a resiliência do povo palestino continua a se fortalecer. Apesar das táticas brutais de Israel, os palestinos demonstram uma capacidade de resistência e uma determinação em lutar por sua liberdade.
Israel parece buscar restaurar um tipo de dissuasão perdida desde 7 de outubro, recorrendo a estratégias de intimidação e violência para restaurar o medo. No entanto, a resistência popular palestina está mostrando que, mesmo diante da dor e da opressão, eles permanecem ativos na luta por seu futuro e liberdade.
Conclusão
A estratégia de Israel de usar a violência e a tortura para instilar medo e controlar a população palestina é uma parte integral de sua abordagem política e militar. A situação em Gaza é um exemplo sombrio da aplicação de táticas brutalizantes em uma escala sem precedentes. No entanto, a resiliência dos palestinos continua a desafiar essa estratégia opressiva, destacando a luta por dignidade e liberdade apesar da adversidade.
