26/03 – A Cedae e a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) promoveram, nesta terça-feira (25), o workshop “Saneamento em Ação: rumo à COP30”. O evento teve como objetivo debater os desafios do saneamento diante das mudanças climáticas e antecipar as discussões da conferência global, que reunirá lideranças mundiais para definir medidas para reduzir os impactos ambientais.
O encontro foi realizado na sede da Cedae e contou com a presença de autoridades e especialistas do setor. Entre os participantes estavam Leonardo Picciani, secretário nacional de Saneamento Ambiental; Aguinaldo Ballon, diretor-presidente da Cedae; Sergio Gonçalves, secretário executivo da Aesbe; Veronica Sánchez, presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA); James da Silva Serrador, presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer); Denison Gama, presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama); Alexandre Motta, presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa); Angelica Maria, analista de Programas no ONU-Habitat; e Adriana Sotero Martins, pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz.
Durante os debates, os especialistas discutiram temas como acesso ao saneamento básico, impactos das mudanças climáticas na oferta de água e maneiras de mitigar esses efeitos.
O secretário Leonardo Picciani destacou as iniciativas em andamento do Governo Federal para melhorar o saneamento no Brasil, como obras de drenagem, investimentos em saneamento rural e estratégias para enfrentar períodos de seca.
-O nosso programa de universalização é, sem dúvida nenhuma, um dos maiores programas ambientais em andamento do planeta. A gente pretende, em menos de uma década, levar saneamento básico, levar coleta e tratamento de esgotos e efluentes a 90 milhões de pessoas que, hoje, não contam com esse serviço – pontuou o secretário.
O diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, ressaltou a importância de garantir o acesso contínuo ao saneamento, destacando a necessidade de fortalecer a infraestrutura e a capacidade de resposta do setor diante dos desafios ambientais.
-A gente precisa universalizar (o saneamento) e, depois, precisamos garantir que todos continuem tendo acesso. E essa atuação é conjunta porque, ao mesmo tempo a gente universaliza, a gente precisa pensar como essas mudanças impactam no nosso dia a dia – e se preparar para elas. Como a gente prepara os nossos sistemas para serem resilientes às mudanças climáticas, seja a escassez, seja o excesso – afirmou.
Ballon detalhou algumas das iniciativas da Cedae que contribuem para a redução dos impactos ambientais, como o reflorestamento de áreas de mananciais por meio do programa socioambiental Replantando Vida. Também destacou projetos voltados para a garantia da qualidade da água captada e tratada pela Companhia, como o monitoramento das bacias dos rios Macacu e Guapiaçu, que abastecem o Sistema Imunana-Laranjal, e a implantação do IAGuas na Lagoa do Guandu, ferramenta que usa inteligência artificial para identificação de anormalidades nos mananciais.
Mudanças climáticas: empresas de saneamento apresentam diagnóstico do setor
O evento marcou o lançamento do documento “Diretrizes Estratégicas para o Enfrentamento das Mudanças Climáticas no Saneamento”. O painel de apresentação contou com a participação de Antônio Miranda, especialista em Gestão de Serviços de Saneamento; Paulo Henrique Reis, gerente de Responsabilidade Socioambiental da Cedae; Romildo Lopes, coordenador de Políticas Ambientais da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece); e Camila Roncato, superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago).
O estudo busca fortalecer a capacidade do setor de saneamento para enfrentar os impactos climáticos. Entre os objetivos estão mapear os efeitos das mudanças climáticas nos serviços de água e esgoto, identificar vulnerabilidades na infraestrutura, propor medidas preventivas e emergenciais, revisar projetos para torná-los mais resilientes, desenvolver planos de contingência e promover a integração com outros setores relacionados.
-Tivemos 17 empresas contribuindo com esse trabalho, que é um valor expressivo e considerável, e que mostrou a grande diversidade, como já esperado, de ações. E foi extremamente agradável ver que grande parte das empresas já estão tomando medidas para enfrentar essas mudanças climáticas e os efeitos que elas causam – contou Paulo Henrique, um dos coordenadores do projeto.