24/10 – Um novo estudo publicado na revista Nature Cardiovascular Research identificou que alguns fatores genéticos podem influenciar o risco de desenvolvimento de acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa realizou uma investigação profunda do gene HTRA1 e comprovou que pessoas que herdam variantes específicas dele são consideravelmente mais propensas a sofrer a doença.
Depois de integrar informações clínicas e genéticas de grandes bancos de dados de saúde, os pesquisadores analisaram os efeitos de 78 variantes do HTRA1 e demonstraram que eles estão ligados a maior chance de derrames e doenças dos pequenos vasos cerebrais.
“O estudo é importante para entendermos exatamente quais genes estão ligados ao risco de AVC e, no futuro, sermos capazes de produzir medicamentos e tratamentos direcionados”, comenta Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), da Dasa.
No Brasil, dados do DATASUS – Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde – mostraram mais de 34 mil mortes por AVC no ano passado, com maior incidência – cerca de 25 mil casos – na população acima dos 70 anos. Outro dado importante, já que, além dos fatores genéticos, o envelhecimento também contribui para o aumento dos casos de AVC, segundo Marcus Tulius.
“Vimos que há uma mudança no padrão etário acontecendo em todo o país: a população de idosos está aumentando e representará mais de 37% dos brasileiros em 2070, de acordo com o último censo do IBGE, o que configura um cenário importante para reforçar a prevenção do AVC”, aponta o neurologista.
O médico explica que a doença ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro por causa do rompimento – AVC hemorrágico – ou da obstrução – AVC isquêmico – de um vaso sanguíneo.
“O AVC é uma doença prevenível se forem controlados os principais fatores de risco, como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade e dislipidemia (aumento do colesterol e dos triglicerídeos).”, afirma Marcus Tulius.
É muito importante reconhecer os sinais do AVC e buscar ajuda médica especializada imediatamente. Os sintomas mais perceptíveis são: alteração súbita na fala, motora, sensitiva ou visual; falta de equilíbrio; visão embaçada repentina; dificuldade para entender o que está sendo dito ou para falar determinadas palavras e frases e incapacidade de mexer um dos membros. O atendimento rápido em um hospital capacitado pode salvar o paciente e evitar sequelas.