Guido Mantega Critica Juros Altos e Questiona Independência do Banco Central em Entrevista

17/08 – O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, que esteve à frente da pasta durante os governos de Lula e Dilma, voltou aos holofotes ao conceder uma entrevista ao programa 30 Minutos, da TV 247, onde abordou a atual política monetária do Brasil. Mantega teceu duras críticas às elevadas taxas de juros praticadas no país, afirmando que estas são uma das maiores distorções econômicas enfrentadas pela nação.

“Uma das grandes distorções da economia brasileira é o juro elevado há muito tempo”, declarou Mantega, ressaltando o impacto negativo que essa política tem sobre a economia. Ele relembrou que durante o governo Dilma, houve uma tentativa de redução das taxas, mas essa medida acabou gerando uma crise. “O governo Dilma entrou em crise quando baixamos os juros para um patamar razoável”, comentou, mostrando que o embate com o sistema financeiro não é recente.

Mantega também abordou especulações sobre sua possível indicação para a presidência do Banco Central, negando qualquer veracidade nos rumores. “Nunca houve indicação do meu nome para o Banco Central. Isso foi para jogar lenha na fogueira e facilitar a especulação”, afirmou. No entanto, o ex-ministro expressou apoio ao atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, sugerindo-o como um candidato potencialmente forte para o cargo. “Galípolo é um ótimo quadro e tem todas as condições para ser o próximo presidente do BC. Ele entende de macroeconomia”, elogiou.

Outro ponto polêmico da entrevista foi a crítica de Mantega à alegada independência do Banco Central sob a gestão de Roberto Campos Neto. Segundo o ex-ministro, essa independência seria questionável, dado o vínculo político de Campos Neto com o ex-presidente Bolsonaro. “O Banco Central que está aí não é independente. Roberto Campos Neto era ligado ao ex-presidente Bolsonaro e o ajudava. E apoia Tarcísio”, declarou Mantega, referindo-se ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e destacando a posição política antagônica de Campos Neto em relação ao governo Lula.

As declarações de Guido Mantega ecoam em um momento delicado para a economia brasileira, onde a discussão sobre a autonomia do Banco Central e a política de juros altos tem sido um dos principais focos de debate. A entrevista traz à tona questões cruciais sobre a condução da política monetária no Brasil e as possíveis mudanças que poderão vir a ocorrer nos próximos anos.

Redação: Portal Niterói Notícias

 

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