Comissão da ALERJ defende tarifa diferenciada para uso de GÁS natural comprimido nos municípios sem rede de canalização

Comissão da ALERJ defende tarifa diferenciada para uso de GÁS natural comprimido nos municípios sem rede de canalização

Em audiência pública realizada nesta sexta-feira (21/06), a Comissão de Minas e Energia, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), defendeu a implementação de uma tarifa com um valor mais reduzido para o uso de Gás Natural Comprimido (GNC). Diante disso, ficou acordada uma reunião, no dia 03/07, com o Governo do Estado, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) e a concessionária Naturgy para definir a regulamentação do GNC e uma tarifa diferenciada para essa modalidade. A proposta é que o gás tenha um preço mais atrativo para os municípios que ainda não possuem rede de canalização.

Durante a reunião, a Agenersa informou que no contrato de concessão é vedado que usuários façam a revenda do GNC. Isso faz com que empresas distribuidoras comprem o gás e o distribuam com um valor mais alto, devido ao serviço de compressão e transporte. Para o presidente do colegiado, deputado Thiago Rangel (PMB), o contrato precisa ser revisto para que haja isonomia para o consumidor final.

“Se existe dentro desse contrato algo que impeça que o gás da rede seja revendido, é preciso que isso seja revisto o quanto antes, porque nós não podemos deixar de desacelerar os investimentos já feitos. É necessária uma tarifa diferenciada para essa modalidade, que atende principalmente o interior do Rio de Janeiro e o sul de Minas Gerais. Então devemos resolver isso o quanto antes para que o consumidor não continue pagando essa conta”, disse Rangel.

Para o presidente da Agenersa, Rafael Carvalho de Menezes, o objetivo do debate é saber se essa modalidade de revenda é regular. “Existe um processo que define que uma empresa que adquire o GNC da concessionária possa revender para outros postos. O objeto da apuração é saber se essa situação é regular. Uma tarifa diferenciada para a revenda do gás comprimido vai nos mostrar como isso é redistribuído para fomentar o desenvolvimento de determinadas regiões que não são abastecidas por canalizações ou bases estruturantes”, explicou.

Segundo a presidente da Naturgy, Katia Repsold, 76% do gás do Brasil é produzido no Rio de Janeiro e é importante pensar alternativas para que esse gás seja utilizado dentro do próprio estado. “Para nós, as distribuidoras de GNC têm um papel complementar, então é importante que sejam ampliadas e que nos ajudem nessa distribuição. Por isso, acreditamos que a tarifa diferenciada ou um subsídio pode ser uma alternativa para que o gás chegue mais atrativo nesses municípios onde ainda não existe a rede”, disse.

Corredores sustentáveis

Presente na audiência, o secretário estadual interino da Secretaria de Energia e Economia do Mar, Felipe Peixoto, apresentou o Programa Corredores Sustentáveis, que permite que caminhões e ônibus trafeguem entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo emitindo menos gases do efeito estufa e poluição sonora. Até o momento, já existem oito postos adaptados, e a previsão é de que no fim deste ano sejam 10.

“O objetivo é fazer a descarbonização dos transportes pesados com gás natural, que é o combustível da transição energética. Já estamos conversando com outros estados, e Minas Gerais e Espírito Santo já se mostraram interessados em fazer essa interligação. Então, a expansão da rede de GNC é importante para que a gente traga mais postos que tenham interesse no programa”, Peixoto.

Também participaram da mesa de debates a coordenadora de Gás da Secretaria de Energia e Economia do Mar, Carolina Oliveira; o auditor fiscal da Secretaria de Estado de Fazenda, Mauro Pereira da Silva Júnior; o conselheiro da Agenersa, Vladimir Paschoal; e o superintendente de Óleo e Gás da Secretaria de Energia e Economia do Mar, Hugo Aguiar.

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