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04/09 – A partir da segunda quinzena de setembro, o sistema de reconhecimento facial da Polícia Militar do Rio de Janeiro, já amplamente utilizado para capturar foragidos da Justiça, passará a desempenhar uma nova função: a localização de pessoas desaparecidas. A iniciativa será possível graças a um acordo de cooperação assinado entre as Secretarias de Estado de Polícia Militar e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, que permitirá o compartilhamento de dados de pessoas desaparecidas, priorizando inicialmente crianças e adolescentes.
Cerimônia de Assinatura e a Nova Utilização da Tecnologia
A cerimônia que formalizou o acordo foi realizada na noite de 2 de setembro de 2024, no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O evento terminou com a iluminação do Cristo Redentor na cor laranja, que simboliza a constante vigilância das mães que aguardam o retorno de seus filhos desaparecidos.
O secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, destacou a importância da ampliação do uso do sistema de reconhecimento facial:
— Estamos desenvolvendo conjuntamente um procedimento operacional padrão para orientar o policial militar na abordagem de pessoas desaparecidas quando localizadas. É um atendimento diferenciado, especialmente para crianças e adolescentes. Temos certeza de que essa nova função do sistema representará um alento e muita esperança para milhares de famílias no nosso estado — afirmou o coronel Menezes.
Proteção e Direitos Humanos
A secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosangela Gomes, enfatizou a importância da colaboração entre as secretarias para fortalecer a rede de proteção às famílias que enfrentam o desaparecimento de entes queridos, além de garantir a segurança jurídica na utilização de dados pessoais:
— Estamos formalizando um trabalho que já vem sendo desenvolvido, e que na prática ajudará a fortalecer a rede para diminuir o número de casos de desaparecidos. Esse passo é muito importante porque estamos falando de dados de pessoas. Então, houve todo um cuidado jurídico para preservar os direitos, mas garantir uma atuação que ajude a salvar vidas — declarou Rosângela Gomes.
Impacto e Expectativas
O projeto-piloto será desenvolvido por técnicos das Secretarias de Polícia Militar e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. As informações de pessoas desaparecidas, incluindo fotos e detalhes pessoais, serão incluídas no banco de dados utilizado pela Polícia Militar. Atualmente, o índice de sucesso na localização de pessoas desaparecidas no estado do Rio de Janeiro é de 80%, e espera-se que essa nova abordagem aumente ainda mais esse número.
Embora a prioridade inicial sejam os casos mais recentes de crianças e adolescentes, a expectativa é de que o sistema se aperfeiçoe para incluir casos antigos. O secretário de Segurança do Rio, Victor dos Santos, presente na cerimônia, destacou a importância dessa nova função do sistema de reconhecimento facial:
— A segurança pública é um serviço transversal e a prova disso é esse evento de hoje. Devolver aos familiares um ente desaparecido é o maior acalento que pode se dar à família. Então esse trabalho é fundamental. E essa tecnologia veio exatamente para ajudar a identificar e localizar essas pessoas — disse Victor dos Santos.
Estatísticas de Desaparecimentos no Rio de Janeiro
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), o Rio de Janeiro registrou 5.815 desaparecimentos em 2023. De janeiro a julho de 2024, já foram registrados 3.486 casos, um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O uso do sistema de reconhecimento facial para localizar pessoas desaparecidas representa uma nova esperança para milhares de famílias que sofrem com a angústia da ausência de seus entes queridos.
A nova utilização do sistema de reconhecimento facial pela Polícia Militar demonstra um avanço na utilização de tecnologia em prol da segurança pública e dos direitos humanos, reforçando o compromisso das autoridades em oferecer respostas rápidas e eficazes às famílias que vivem a incerteza do desaparecimento de um ente querido.
Fonte: Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro
